All you ever be for me.

Eu não sei o que dizer.
Sinto que farei muito mais que uma simples carta.
...

Oi Vinícius.
Antes que seus olhos se fechem novamente e que dessa vez seja para sempre, deixe que eu te abrace uma última vez antes de perder que não só eu, mas muitos, percam alguém que jamais esquecerão.
Deixe-me, com meus quatro anos de idade e inocência de criança, te elogie por ter lindos cachos negros ou olhar crítico demais para que eu entendesse. Além de crítico, tão cego que via as estrelas, estrelas.
Eu não sei porque, mas choro.
Em 2006 o mundo te perdeu e mais de uma década depois eu tive empatia o suficiente para sentir falta de alguém que jamais conheci.
Não ligue a churrasqueira, não se prenda naquele banheiro tão pequeno... Já é tarde demais. Droga.
Eu não sou nada para você e você marcou uma semana para mim.
Eu sinto muito por se sentir só em um lugar que hoje, lamentam sua morte.
Sua voz se tornou trilha sonora de muitas vidas que um dia já pensaram em fazer exatamente o que você fez e eu não entendo o porque mas isso me machuca tanto.
Antes que sua voz se cale diante do túmulo, me diga como estava se sentindo. Entrelinhas, me mostre seu pior medo.
Você era de capaz de tudo e parecia saber muito bem disso quando resolveu, com palavras, fazer tantas coisas.
Sem ao menos te conhecer, eu duvido de meus instintos que muitos dizem ser empatia e te abraçaria, natentativa clara de ouvir em meio ao meio-fio de qualquer noite de lua aparente.
Assim como diariamente tento salvar meus amigos, eu já não sei mais outra forma de dizer que muitos, de alguma maneira, sentem a sua falta.
Com 28 anos provavelmente sua música não seria uma das mais tocadas em meu histórico desgraçado e eu não choraria ao escrever uma carta para alguém morto. Agora eu não saberia aonde você estaria ou o que faria de sua vida considerada dolorosa.
De todos as letras de músicas que já ouvi, de palavras sem nexo à super-heróis sem capas, alguém
desconhecido deixou que eu entrasse em seu mundinho, talvez destruído e agora fantasmagórico, e me fez ouvir muito mais que uma simples melódia que ainda está na minha cabeça, deixando claros seus pedidos, não sei de ajuda, mas de obviedades na sua vida.
Uma vida que ainda não esquecida.
E entre medos de um personagem clichê de um romance adolescente, ainda é lembrada como um avisotriste do que o ser humano é capaz quando sente dor.
Enquanto escrevia eu me perdia em versos de umas letras e pensamentos que só sei definir como tudo que já ouvi sobre você nesta última semana, colocando em minha mente, uma culpa inexplicável de não ter feito com 1460 dias de vida.
Tudo – por mais idiota que pareça ser – que consigo pensar é... Sinto muito.
Eu espero do fundo do meu coração que ninguém mais seja alvo de minhas cartas sem sentido e que no fim, eles me abracem assim como eu te abraçaria se te tivesse em um dia qualquer.
De todos as pessoas que eu não conheci, você é uma das mais incríveis.
De todos que eu gostaria de conhecer e por circunstâncias óbvias – e tristes – eu não posso conhecer, eu ainda espero que tudo isso seja mentira.
Eu não sei porque, mas sinto parcela da dor da perda de algo que jamais foi parte minha.
Se um dia achar favorável ler essa terrível carta que foi escrita por alguém com a mesma idade que a sua em 2006, ainda espero que entenda o que as palavras ‘’sinto muito’’ significam,

Até breve, de um alguém que já pensou, mas nunca pesquisou sobre. De um alguém que ainda tenta
salvar as pessoas a sua volta mesmo tendo demorado dezesseis anos para se salvar de algo que jamais
entendeu.
Até breve, Yoñlu.

Comentários

  1. Até breve, Lua de Netuno
    Até breve, minha estrela solitária
    De: um Sol que não conhece o amor.

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